Diga ‘olá’ ao meu amiguinho…

23 04 2011

Trilha sonora perfeita (she’s on fiiiire ♫), um elenco competente e muita violência foram a chave do sucesso da versão de Brian de Palma para o clássico “Scarface”, do brilhante Howard Hawks. Considerado um dos filmes mais apelativos de Hollywood, o longa de 1983 contava com Al Pacino como Tony Montana (“Trabalhei duro pra ter tudo isso. Não preciso de NINGUÉM”) e a talentosa e bela Michelle Pfeiffer como Elvira Hancock, a musa inspiradora e mulher do boss de Montana quando ele chega à Miami.

Inicialmente, a trama seria ambientada em Chicago, bem como na versão de 1932, e seguiria a história à risca. Contudo, o roteirista Oliver Stone optou por Miami e modificou seu tempo. Ao invés de utilizar a década de 20, ambientou tudo aos anos 80, e obteve o sucesso esperado.

O filme conta a história de Tony e Manny, dois amigos cubanos revoltados com as condições políticas (e ridículas, mas isso vai de cada um) de seu país. Procurando um diferencial, e encontrar a felicidade (simples assim), vão atrás do american dream e chegam aos Estados Unidos. O bacana do roteiro é que mostra personagens bem elaborados, pois cada um tem uma coisinha a oferecer a quem assiste e se envolve com a trama. Todos estão encantados com dinheiro, mas tudo tem um preço, e os personagens vão aprendendo isso conforme o filme se desenvolve, e coisas acontecem, como, por exemplo, o interesse de Tony por Elvira, a mulher de Frank, homem que comandava o tráfego em Miami e era chefe de Montana.

“O poder desgraça o homem. Quando ele pensa que está no topo e sua vida está melhorando, ela decai, e ele não vê que fica em situações cada vez piores”. Assim meu pai definiu a insanidade em que Tony se encontra da metade do filme para frente. Rico, poderoso e ao lado da mulher amada, o personagem interpretado (impecavelmente!) por Al Pacino começa a delirar, e a se deixar levar pelo vício e pela ganância. Acredito que  “trágica” seja a melhor palavra para definir esse filme. Não há nada realmente positivo em seu conteúdo, apenas as expectativas exageradas de seus personagens em relação às suas vidas, e acho que é exatamente por isso que o filme é tão bom e envolvente. Você fica esperando para saber o que mais pode acontecer, quem mais vai morrer, e, o mais importante: Como pode acabar uma história assim? Quando você está pra frente da uma hora e cinquenta minutos do filme, e vê uma cena de casamento, você pensa que acaba… assim, certo?

ERRADO ! Tem muuuuuito mais. E esse quarteto fantástico, aos poucos, é exterminado. Não vou contar porque senão perde a graça.

“Quem você matou pra ter tudo isso?”

Mama Montana

A trilha sonora é marcada por músicas oitentistas, de artistas como Amy Holland e Giorgio Moroder. Em todas as cenas, há música, ou efeitos sonoros que prendem sua atenção e te fazem refletir sobre as mensagens que o filme transmite. E essa mesma trilha sonora influencia jogos, bandas e pessoas até hoje, 28 anos após o lançamento do filme. Dois exemplos: O rapper Scarface, que usa esse nome em homenagem ao filme, e o jogo Grand Theft Auto, que tem um estação de rádio nos carros que só toca músicas do filme Scarface (no GTA III, a rádio Flashback 95.6).

Para se ter uma ideia da repercussão deste clássico de Howard Hawks, refilmado por de Palma, até o futebol se recorda de Scarface: O jogador Ribéry, da França, tem o mesmo apelido de Tony Montana, por conta da cicatriz que leva no rosto. Além disso, Saddam Hussein (todos sabemos quem foi), nomeou uma empresa que possuia de “Montana Administrações”, com o intuito de lavar dinheiro, bem como no filme.

Para finalizar, eu devo confessar uma coisa: Queria escrever mais coisas sobre o filme, fazer um artigo digno. Porém, o sono e cansaço me impedem. Devo também dizer o seguinte: O filme é ótimo, e todo mundo tem de assistir. Coloque Scarface em sua lista. É muito bem dirigido, filmado, e te envolve por completo na história. O drama de Giorgio Moroder na trilha sonora te arrepia, te alucina, e o longa é de surpreender. A atuação do elenco dispensa comentários. Pacino estava em sua melhor forma, e Tony Montana foi o personagem que mais o marcou, ao meu ver. Al Pacino, como Montana, conseguiu fazer tudo que pretendia, e muito mais: Me fez, pela primeira vez na vida, admitir que o remake de um filme clássico superou o original.

No próximo post, quero levá-los à década de 50. See you then!


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